Por Júnio Almeida
A casa era simples, humilde, mas bem arrumada. Um portão pequeno; pendurado nele estava a placa "vende-se din-din". O chão de terra contrastava com a parede branca pintada de cal. Algumas plantas no jardim e uma roupa pendurada em um varal de bambu, e claro, uma sombra preguiçosa de um pé de cajú.
Dois degraus e já o acesso da casa. Passando pela sala, já a cozinha. Nesta há um homem, um alguém que luta, luta contra o desejo de fazer a desgraça. Cansado do trabalho ainda tem que aturar piadas das "coisas postas em sua cabeça". São cinco horas da tarde e ele não pára de pensar em quantas vezes insistiu na mesma história:
- Queria tanto esquecer esta história! - ele balbucia - Queria tanto... - Sua voz embarga. A lágrima escorre.
João já não suporta tantas mentiras, e agora está chegando em seu limite. Hoje ao sair para o trabalho deu um beijo em sua esposa, Vilma, disse que a amava. Ao retornar o que encontrou não foi a reciprocidade.
São quatro da tarde. Ele olha no relógio e vê que ainda faltam 2 horas para voltar para casa.
- João, devido seu banco de horas extras você já pode ir para casa. - Diz seu chefe, Luíz Augusto.
- Ok senhor. Muito obrigado. - ele se vai já na esperança de descansar.
Antes, resolve fazer uma surpresa: passa em uma floricultura e compra aquela bela rosa (que a pouco murchará) para sua mulher. No caminho uma dor no peito lhe aflige. Apenas um presságio mal - ele pensa.
Um Gol estacionado à frente de sua casa, ele estranha. Não conheço - ele diz. O portão está trancado, mas ele tem a chave. "Que estranho." Abre a porta, também trancada. Começa a caminhada, mais parecida com um corredor da morte, um frio corta sua espinha. Chega à porta do quarto; olha pela fresta da porta e esconde o rosto. Que desgosto. "Ahh!!!" - Ele grita dentro de si no seu silêncio. Martírio, tortura, agonia. Não acreditava no que seus olhos lhe diziam. O silencio angustiante da morte o alcançou, aquela morte que o corpo continua com dor. O suor pela têmpora escorria, e sua mão trêmula sacudia. O sangue foi subindo, o ódio em sua mente, o punho contraído também contraia os dentes. Com a face sombria, sua honra partida, pensou em muitas coisas, deu um frio na barriga.
São nove da noite; ele se dirige à cozinha. Com a lágrima no rosto, pergunta a Deus o porquê.
- Pela quarta vez Senhor!? E ainda me mandaste perdoá-la? Ela é uma prostituta! Abre as pernas para qualquer um que passa!
Novamente o silêncio fala mais alto.
- Queria tanto esquecer esta história! - ele balbucia - Queria tanto... - Sua voz embarga. A lágrima escorre.
- Por que o Senhor me permitiu casar com uma mulher dessas?
De repente ele vê alguém no portão acenando para ele. Um senhor barbudo, com uma calça jeans e um camisa de manga curta. João percebe que o senhor o está chamando e sai, mesmo com os olhos banhados de lágrimas:
Ao chegar ao portão diz: o que deseja?
Deus me mandou vir aqui falar com o você, João.
- Como você sabe meu nome?
- Se você vier comigo eu lhe conto isso e muito mais.
- Para onde? - João pergunta intrigado.
- Não importa o lugar, só não pode ser aqui.
- Por quê? - ele insiste.
- Deus já me mostrou o que está acontecendo lá com sua esposa, e com o rapaz aí do Gol. E também as perguntas que tens feito para Deus. Eu também sei que já é a quarta vez.
João fica desconfiado, intrigado, mas mesmo pasmo resolve aceitar o convite.
- Preciso que confie em mim.
- Então, para onde vamos?
- A um lugar onde Deus vai tratar muitos assuntos sobre sua alma.
Sua adrenalina começa a subir desesperadamente. O coração acelera cada vez mais rápido. Nem sabe o que está por vir.
Cadê a continuação? KKKKKKKKKKKK!
ResponderExcluirCalma lá....
ResponderExcluirEstá chegando!rsrsrs
To esperando a outra parte faltante... Acho que tá demorando de mais!...
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