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Ex officio é uma expressão latina que significa "por dever do cargo, por obrigação"; muito utilizada no contexto jurídico para se referir ao ato que se realiza sem provocação das partes. Para o contexto do cristianismo, um "cristão ex officio" é aquele que não espera ser provocado ou "incentivado" para ter uma atitude padronizada em Cristo; as atitudes fluem como instinto. Sinta-se livre neste ambiente para opinar, concordar, discordar, sugerir... Desde que de forma respeitosa.

domingo, 10 de outubro de 2010

Assim como ele, também pecamos

Por Júnio Almeida

É verdade. Assim como Judas, nós também pecamos. Da mesma maneira o imitamos: traímos a Jesus. Pecamos conscientemente.  

Analise a descrição do Evangelho de Mateus (26.20-28): 
"Quando anoiteceu, Jesus e os doze discípulos sentaram para comer. Durante o jantar Jesus disse: — Eu afirmo a vocês que isto é verdade: um de vocês vai me trair. Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar: — O senhor não está achando que sou eu; está? Jesus respondeu: — Quem vai me trair é aquele que come no mesmo prato que eu. Pois o Filho do Homem vai morrer da maneira como dizem as Escrituras Sagradas; mas ai daquele que está traindo o Filho do Homem! Seria melhor para ele nunca ter nascido! Então Judas, o traidor, perguntou: — Mestre, o senhor não está achando que sou eu; está? Jesus respondeu: — Quem está dizendo isso é você mesmo. Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo: — Peguem e comam; isto é o meu corpo. Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, dizendo: — Bebam todos vocês porque isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos para o perdão dos pecados, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo."

Quero perscrutar alguns aspectos. Primeiro tentar imaginar o que se passava na mente do Senhor Jesus ao saber que aquele que lhe traía estava sentado consigo à mesa. Por empatia, tente imaginar você, sentado com a pessoa que te trai; quem sabe um almoço, uma reunião de família. Sabe que a determinada pessoa lhe trai, comenta sobre a traição com ela e esta retruca: eu? (com aquele olhar mais hipócrita do mundo!) Será que você sentiria raiva? Perdoaria essa pessoa? Provavelmente, se fosse possível, gostaria de mandá-la direto para o inferno.

Mas Jesus foi diferente. Não sei se sentiu raiva [pode ter acontecido], mas o que sei é que mesmo sendo traído, ao cumprimentar Judas, no momento da traição, lhe chamou de amigo (Mt 26.50). Isso foi sem cinismo, sem hipocrisia. Jesus ainda lançou-lhe uma pergunta: "Judas, com um beijo trais o filho do Homem?" (Lc 22.48) O Mestre levou-o a reflexão, e desta, ao arrependimento. 

O segundo aspecto é quanto a Judas. Este entregou Jesus por livre e espontânea vontade. Foi Ele quem teve a iniciativa de ir aos sacerdotes e propor entregar Jesus. Para isso, combinaram uma pagamento de trinta moedas de prata - valor pago por um escravo. Quando Judas se propôs, não era por que Jesus não fosse conhecido pelo povo, ao contrário, alguns dias antes, o mesmo povo que o prendeu lhe havia recebido como rei dos judeus. O papel de Judas era ser o acusador formal, caso fosse instituído um julgamento. Judas pecou consciente. Sabia o que estava fazendo e que era errado.

Assim como ele, quantas vezes não fazemos do mesmo jeito? Quantas vezes pecamos conscientemente! Sabemos claramente o que estamos fazendo, mas insistimos no erro. E para piorar as coisas, também somos cínicos, da mesma maneira. Vamos à igreja, participamos da "comunhão" entre os irmãos (como houve na ceia do Senhor), levantamos as mãos, louvamos, pregamos, ministramos... Mas Deus é quem sabe como estamos por dentro - cheios de orgulho, avareza, hipocrisia, inveja, falta de amor, glutonaria, ira, inimizades, idolatria - sujos, imundos pelos pecados. Também traímos a Jesus conscientes e somos hipócritas! 

O impressionante é que Jesus nos olha e, assim como fez com Judas, nos chama de amigos (Jo 15.15). Ele não vê só a lama que nos reveste, percebe que existe alguém por detrás da lama e deseja nos lavar com o seu sangue. Lança aquela pergunta que soa em nossa alma "é com um beijo que trais o filho do Homem?". Nos faz pensar, refletir, nos arrepender. Nos mostra como somos errados e como Ele é bom e quer nos salvar. 

Judas pecou e, arrependeu-se, pois voltou aos sacerdotes e tentou reverter a situação, mas já era tarde. Com tanto remorso, resolveu cometer suicídio (Mt 27.3-10). Você tem a oportunidade de fazer diferente. Pode se arrepender e voltar para Deus. Ele te perdoará (não importa quão sujo esteja); fará de você uma nova pessoa, e te usará para anunciar a Sua salvação.

Embora pecamos como Judas, não precisamos terminar como ele. 

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