Bem vindo!

BEM VINDO!

Ex officio é uma expressão latina que significa "por dever do cargo, por obrigação"; muito utilizada no contexto jurídico para se referir ao ato que se realiza sem provocação das partes. Para o contexto do cristianismo, um "cristão ex officio" é aquele que não espera ser provocado ou "incentivado" para ter uma atitude padronizada em Cristo; as atitudes fluem como instinto. Sinta-se livre neste ambiente para opinar, concordar, discordar, sugerir... Desde que de forma respeitosa.

sábado, 30 de outubro de 2010

Em seus passos em quem votaria Jesus?




Confesso que passei este período eleitoral quase que inteiramente evitando tocar no ponto nevrálgico chamado POLÍTICA...confesso que tentei, mas não consegui! Foi mais forte do que eu e preciso expressar em poucas (se possível) e neutras linhas (será possível?) um pouco do que vislumbram meus olhos e meu coração.

Ouvi alguém dizer que para política, religião e futebol não é necessário utilizar a razão e sim a paixão. Será mesmo?

Em relação à questão religião já ensaiei alguma coisa aqui no blog, quanto à questão futebolística me divirto muito, adoro implicar com qualquer um que não seja são paulino, adoro deixar alguns ardorosos torcedores irritados e nervosos (sim, às vezes eu provoco além da medida – sou ré confessa dessa prática), mas quanto à política, realmente me sinto pisando em ovos.

Creio que podemos e devemos ser pessoas informadas, a alienação política é um dos grandes causadores desse caos que hoje chamamos de GOVERNO em nosso país.

Já disse Platão:
“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”
 Em meio a essa corrida insana dos últimos dias de campanha eleitoral, vendo pastores utilizando suas ovelhas como massa de manobra e curral eleitoral, vendo a demonização de um único partido (do qual não sou filiada e muito menos simpatizante nos dias de hoje), enfim, vendo tanto lixo sendo dito e defendido em nome Dele, deparei-me com a seguinte questão: o que Jesus faria como eleitor brasileiro, em quem votaria? Comecei a divagar sobre o tema, com medo de me aprofundar, com medo de também demonizar, com medo de escrever muita besteira (talvez cometa todos esses erros, afinal de contas, o post ainda não chegou ao fim...) 

Mas enfim, tentarei ir ao cerne da questão: como Jesus se comportaria numa eleição? Você pode argumentar: “Roberta, não há como saber... Cristo não vivenciou um regime democrático.”. Sim, isto é fato público e notório. O mesmo viveu em meio ao domínio do Império Romano. 

Temos, então, uma questão a ser debatida: Jesus vivia debaixo do domínio político e econômico de Roma, os primeiros cristãos também viveram tal domínio e, sejamos francos, já ouve em toda história maior iniquidade institucionalizada do que o deslumbrante e cruel Império Romano? Aquilo que dizem que acontecerá em nosso país, caso o partido “X” se perpetue no poder, seria fichinha diante daquilo vivenciado por Cristo e seus discípulos em sua contemporaneidade. 

 Me pergunto e te pergunto: O evangelho deixou de florescer? Os planos de Deus foram frustrados poque “A” ou “B” estavam governando? 

Parece uma interrogação simplista e que leva a um comportamento alienante, mas na verdade quero deixar explícito que o cerne da nossa fé não deve estar baseado em quem está governando, pois o poder está na verdade do evangelho [Rm 1:16] e não em nenhuma estrutura humana. Muitas vezes a intervenção do homem é mais maléfica do que beneficiante, que nos diga o “apoio” de Constantino instituindo o cristianismo como religião oficial do Império Romano, e introduzindo tantas deturpações na essência do caminhar cristão. 

Ouso questionar: será a intenção de alguns transformar o país num grande gueto gospel? Será essa a razão dessa caça às bruxas sem muita reflexão e seriedade? 

Não vejo Jesus incitando seus seguidores a tomarem pontos estratégicos de poder no governo de sua época, não que isso seja pecado ou proibido, podemos e devemos ocupar lugares de projeção nos mais diversos setores da sociedade, desde que sejamos VOCACIONADOS para tal projeto e não com o intuito de praticar proselitismo e defender interesses de uma parcela da população. 

Pelo pouco que compreendo da mensagem do evangelho: o Reino deve ser anunciado a TODOS, que venha o Teu Reino [Lc. 11:2], assim Jesus nos ensinou. Que venha o Reino que é Dele e que também é nosso sobre TODOS os setores de nossas vidas e sociedade. 

Mas voltando à pergunta inicial: em seus passos, em quem votaria Jesus? Sinceramente, não sei te responder. Mas posso afirmar que o Jesus com o qual caminho e a quem busco conhecer diariamente respeita a individualidade e nos deu uma palavra que é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho [Sl 119:105]. Além disso, suas palavras são de que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos [Mt 28:20] e isto inclui dias de eleições também. 

Tendo Jesus como companhia e sua palavra como guia, creio que estou habilitada a fazer escolhas sensatas. Simples assim? Sim...pelo menos acho que seja assim. 

 Desejosa por andar na verdade, 

 Roberta Lima (Via Meninas do Reino)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Não tenho tudo o que amo, mas...


Por Hermes C. Fernandes


Há uma frase encontrada em muitos adesivos de carro que diz: “Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho”. Pode parecer um algo inocente, e até coerente, mas no fundo expressa um dos maiores mal-entendidos da história humana. Trata-se da coisificação do amor.

As coisas estão aí para serem usadas, e não amadas. Enquanto que as pessoas deveriam ser amadas, em vez de usadas. Portanto, há aí uma inversão de valores. Esse tipo de amor é completamente antagônico ao tipo de amor apresentado nas Escrituras. Não devemos investir afeição demasiada naquilo que possuímos, posto que tudo isso é passageiro. Somente o amor às pessoas é maior do que a morte, sobrevivendo a ela.[1]

Pelo fato da alma humana ser eterna, seu amor deve ser devotado a algo igualmente eterno. Razão pela qual o apóstolo João nos alerta: “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele (...) Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.[2]

Em vez de amar as coisas deste mundo, devemos e podemos usá-las, sem jamais abusar delas,“pois a aparência deste mundo passa”.[3]

Não devemos usar pessoas para alcançar as coisas que amamos. Devemos, sim, usar as coisas para beneficiar as pessoas que amamos. Como disse John Piper,“dedicar sua vida a confortos e prazeres materiais é como jogar dinheiro pelo ralo. Investir a vida no esforço do amor rende dividendos de amor insuperáveis e intermináveis”. E mais: “Há mais felicidade em amar do que em viver no luxo!”[4] E ele arremata: “Os prazeres mais profundos e satisfatórios que Deus nos dá pela criação são dádivas gratuitas da natureza e de relacionamentos amorosos com pessoas”.[5]

[1] Cantares 8:6[2] 1 João 2:15,17[3] 1 Coríntios 7:3[4] Piper, John, Teologia da Alegria, Sheed Publicações, 2001, p.105[5] Ibid. p.159

Extraído do livro "Amor Radical", de autoria de Hermes C. Fernandes

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Abóboras, guloseimas e enganos



Por Clóvis Cabalau


De todas as idéias estúpidas que o brasileiro importa de outros países, considero o Halloween – ou Dia das Bruxas em nosso linguajar tupiniquim – a mais ridícula de todas. Estaria de bom tamanho encarar “bonecos de neve” e papais-noéis no Natal, ou mesmo coelhos que “botam” ovos de chocolate na Páscoa. Mas, como temos a lastimável mania de achar atraente tudo o que vem de fora, achamos de incorporar a “brilhante” tradição de vestir crianças de monstros, fantasmas e zumbis, e decorar as casas com abóboras iluminadas, caveiras, vampiros e toda sorte de bichos horrendos, sempre no final de mês de outubro.


Só para constar, o Halloween é uma festa celebrada no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos. É realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos, onde chegou por intermédio de imigrantes irlandeses em meados do século XIX.


Nas cidades norte-americanas, a festa é um momento muito esperado pelas crianças. Com o aval dos pais, elas usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura?”. Saltitantes, terminam a noite com sacos cheios de guloseimas.


Por aqui, a comemoração da data é fruto da influência da televisão e também dos cursos de língua inglesa, que valorizam a tradição entre seus alunos. Se a coisa ficasse na esfera da informação, ainda vá lá. Mas, daí aproveitar a história para realizar festas à fantasia com temáticas fúnebres, isso não entra na minha cabeça. Isso tudo, o Halloween e suas raízes norte-americanas e nossa triste mania de importar o que não presta da terra do Tio Sam, me faz pensar em certos “vampiros” que o país importou recentemente. Fantasiados de profetas da prosperidade, eles batem em nossas portas – quando não invadem via televisão ¬– com a frase típica “bênção ou maldição?”. E os bobos, sempre receptivos às invencionices ianques, dizem “bênção, bênção!”. E eles, saltitantes, terminam a noite com seus sacos cheios do nosso suado din-din. Brasileiro é bicho bobo mesmo.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Filhos de Gepetto



Digão

A Bíblia retrata aqueles que andam com o Senhor de várias formas: justos, justificados, filhos do Altíssimo, nação santa, filhos de Deus, etc. A Palavra também retrata aqueles que andam longe de Deus de várias maneiras: filhos de Belial, filhos do diabo, joio, obreiros fraudulentos, etc.

Pelo fato de a Bíblia ter sido escrita há cerca de dois mil anos atrás, muitas figuras ilustrativas, que poderiam calhar bem, ficaram de fora. As histórias de contos de fada e as alegorias modernas, como as Crônicas de Nárnia e O Senhor dos Anéis, ou obras de cinema e TV, como Superman returns ou Doctor Who, trazem, de modo consciente ou inconsciente, novas figuras de linguagem para ilustrar a realidade daqueles que andam combatendo a obra de Deus. 

Carlo Collodi bolou uma historinha, uma fábula, no século XVIII, e gostaria de me apropriar de um de seus personagens, o Gepetto, para mostrar quem são seus filhos hoje.

Os filhos de Gepetto possuem todas as matizes teológicas possíveis e imagináveis. Você pode encontrá-los em um púlpito, na televisão ou na internet. Pode ler seus livros cheios de lorotas. Pode ofertar para seus empreendimentos religiosos, buscando lucrar também. Com isso, você se torna um pouco filho de Gepetto também.

Os filhos de Gepetto podem ser localizados em Curitiba, Manaus, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo. No litoral e no interior. Em todo o nosso país pode-se encontrar filhos de Gepetto.

Os filhos de Gepetto se apresentam de várias maneiras. Há aqueles com aparência bovina, de seletiva ira. Há aqueles que, por um punhado de tostões, difamam hoje aqueles a quem abraçavam ontem. Há aqueles que falam os maiores impropérios com os olhos esbugalhados, apresentando claros sinais de desvio psiquiátrico e psicológico, mas que se revestem de um messianismo incontestável.

Há filhos de Gepetto batistas, ex-batistas que viram a oportunidade de se tornarem “sócios de Deus”, assembleianos, presbiterianos, ex-presbiterianos iconoclastas, pentecostais, tradicionais, liberais. 

Os filhos de Gepetto querem que você creia neles, desviando o foco de Jesus. Eles desejam ser ouvidos. Aliás, ouvidos, não. Eles anseiam ser incontestavelmente reverenciados, assumindo um posto de ídolos de uma geração carente de referenciais.

Na história contada pelo desenho da Disney, o filho de Gepetto tinha o Grilo Falante como sua voz de consciência. Os atuais filhos de Gepetto há muito detetizaram essa voz chata e maçante.

Na versão de Disney, o filho de Gepetto persegue seu sonho de se tornar um menino de verdade. Em nossa realidade, os filhos de Gepetto querem mesmo é que todos os que os seguem se tornem como eles, num delírio narcisista.

Pinóquio, o filho de Gepetto, era um bonequinho de madeira, engraçadinho, fofinho, mas mentiroso contumaz. Os filhos de Gepetto de nossa realidade compartilham com Pinóquio a cara-de-pau e o nariz que cresce, denunciando-lhes a mentira. Mas não pense você que, ao verem o nariz crescer, eles se dão por vencidos. Numa aplicação torta de Sartre, o nariz crescido são os outros. Pode ser explicado como uma saída pela tangente por causa da iniqüidade institucionalizada, exorcizado aos gritos de “safaaaaado!” ou mascarado como resultado da campanha pelas sementes de unção de prosperidade nasal. Os nossos Pinóquios também atraem a atenção, mas não pela fofura, e sim pela desfaçatez. Pinóquio conseguiu se tornar um menino. Nossos Pinóquios estão cada vez mais se tornando marionetes do mal.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Hey, tu...



Hey, Tu...

Tu, que me tranquilizas a alma

Tu, que me saras as feridas

Tu, que me envolves...me cercas por todos os lados


Tu, que és amor

Tu, que és Senhor

Tu, que és caminho, verdade e vida


Tu, que fizestes o mar se abrir

Tu, que fizestes o cego enxergar e o mudo falar

Tu, que fizestes a tempestade se acalmar


Tu, que tornas o impuro, puro

Tu, que tornas o fraco, forte

Tu, que tornas o que serve, maior


Tu, que dás aos pecadores precedência no Reino

Tu, que dás esperança em meio à DESesperança

Tu, que dás a mão ao perdido


Tu, que me ensinas a caminhar mais uma milha

Tu, que me ensinas que é preciso dar a outra face

Tu, que me ensinas a perdoar quando tudo o que eu quero é vingar


Tu, a quem posso livremente falar ou calar

Tu, a quem tenho direto acesso, sem rituais ou liturgias pré-concebidos

Tu, a quem posso chamar de Pai e Amigo


Tu, que acolhestes a adúltera

Tu, que acolhestes os leprosos

Tu, que acolhestes o ladrão na cruz


Tu, que rejeitastes os religiosos

Tu, que rejeitastes a honraria humana

Tu, que rejeitastes com a verdade aquele que é pela mentira


Tu, que chamaste os loucos para confundir os sábios

Tu, que chamastes os vis, desprezíveis e os que não são para confundir os que são
Tu, que chamastes pescadores e pecadores como discípulos


Tu, que nascestes na estrebaria

Tu, que crescestes na marcenaria

Tu, que morrestes na cruz


Tu, de quem é o REINO

Tu, que não me explica tudo, mas me ensina a CRER sempre

Tu, cujos caminhos são insondáveis


Tu, que és TUDO para mim


Hey, Tu...Te amo, viu?

Obrigada por poder existir “Tu” em mim!



Por Roberta Lima

sábado, 23 de outubro de 2010

Esdras - um líder exemplar, mas pouco conhecido


Relacione os grandes homens e mulheres de seu tempo. Celebridades, incluindo políticos, heróis de guerra, figuras do esporte, e talvez seus pais e amigos especiais venham à sua mente. Você se lembra deles por causa de certos atos ou qualidades de caráter. Agora, enumere alguns heróis bíblicos - figuras esboçadas em sua mente por inúmeros sermões e aulas de escola dominical. Esta lista, sem dúvida, inclui muitos que serviram a Deus fiel e corajosamente. A sua lista inclui Esdras? Longe de ser um dos mais conhecidos, este homem de Deus, geralmente mencionado de forma discreta, merece ser incluído em qualquer discussão que trate da grandeza daqueles que servem ao Todo-Poderoso. 


Esdras foi um sacerdote, um escriba, e um grande líder. Seu nome significa "ajuda", e toda a sua vida foi dedicada a servir a Deus e ao seu povo. A tradição diz que Esdras escreveu a maior parte de 1º e 2º Crônicas, Esdras, Neemias, o Salmo 119 e que liderou o conselho de 120 homens que fixou o cânon do Antigo Testamento. A narrativa do livro de Esdras está centrada em Deus e em sua promessa de que os judeus retornariam à sua terra, como profetizado por Jeremias. Esta mensagem representava o ponto central da vida de Esdras. A segunda metade do livro fornece um vislumbre muito pessoal desse personagem. Seu conhecimento das Escrituras e sua sabedoria dada por Deus eram tão óbvias ao rei que este designou Esdras para liderar o segundo retorno de judeus a Jerusalém, para ensinar ao povo a Palavra do Senhor, e para administrar a vida nacional. 


Esdras não apenas conhecia as Escrituras Sagradas; ele cria nelas e as obedecia. Ao tomar conhecimento dos pecados dos israelitas, como casamentos com estrangeiros e idolatria, Esdras se prostrou humildemente diante de Deus e orou pela nação. A desobediência do povo tocou-o profundamente. Sua resposta a essa situação ajudou a conduzir o povo de volta a Deus.


O segundo livro de Cônicas termina com Ciro, rei da Pérsia, convocando voluntários para retornar a Jerusalém, a fim de construir uma casa para Deus. Esdras continua seu relato mencionando as duas caravanas de exilados judeus que retornaram a Jerusalém. Jorobabel, o líder da primeira viagem, conduziu 42.360 exilados de volta para casa. Após chegarem, começaram a construir o altar e as fundações do Templo. No entanto, surgiu uma oposição da parte dos habitantes locais, e uma campanha de acusações e boatos interrompeu temporariamente o projeto. Nessa época, os profetas Ageu e Zacarias encorajaram o povo. Finalmente, Dario decretou que o trabalho deveria prosseguir sem qualquer empecilho. 


Após um intervalo de 58 anos, Esdras liderou o retorno de um grupo de exilados judeus da Pérsia. Munido de decretos e da autoridade de Artaxerxes I, a tarefa de Esdras era administrar os assuntos daquela terra. Ao chegar, tomou conhecimento dos casamentos entre os judeus e seus vizinhos pagãos. Ele chorou e orou pela nação. O exemplo de confissão humilde de Esdras levou a um reavivamento nacional. Esdras um homem de Deus e um verdadeiro herói, foi um exemplo para Israel, e é também um exemplo perfeito para nós. 


Leia o livro de de Esdras e lembre-se de Esdras, o homem - um humilde  e obediente ajudante. Comprometa-se a servir a Deus como ele fez, com toda a sua vida.


Fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, com adaptações

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Líder cristão




Ariovaldo Ramos


Líder cristão demonstra a sua liderança lavando os pés de seus discípulos e não pedindo mais dinheiro.

Líder cristão demonstra a sua liderança amando aos seus discípulos até o fim, a ponto de dar a vida por eles, e não pedindo melhores carros e casas.

Líder cristão é exemplo do que significa ser ovelha de Cristo.

Líder cristão sabe, a exemplo de Cristo, que tudo o que tem e o que precisa recebeu e receberá de Deus, sabe que veio do Senhor e para Ele vai voltar, sabe quem é, porque é e para quem é, logo, não precisa de ninguém paparicando-o, nem autenticando a sua liderança.

Líder Cristão não precisa de títulos e quando os tem não os usa.

Líder cristão é servo, é isso que mostra quão próximo ele está do Senhor Jesus Cristo.

Os demais são anátemas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sequidão


Digão

O ar anda muito seco. Aqui em Rondônia a coisa está virando calamidade. Quando se anda na rua, a garganta seca, mesmo você ficando de boca fechada. Os olhos ardem, a garganta arranha. O clima está nublado há dias, e é por causa da poeira suspensa. De noite, fica uma neblina que te impede de enxergar mais longe. E é neblina de pó, não de orvalho.

A grama das praças ficou marrom. Não sei como estão as plantações e os rebanhos, mas imagino que devam estar sofrendo bastante também. Há notícias de que ocorreram acidentes nas estradas daqui, de Goiás e do Mato Grosso por causa do ar seco, junto com as queimadas.

O ar está pesado, ruim para se respirar. Segundo uma amiga que mora em Brasília, a coisa por lá também não está nada fácil, até mesmo porque o clima lá naturalmente é bastante seco.

Sinto que o clima, o ar, o meio-ambiente eclesiástico também apresenta tamanha sequidão. O nome de Jesus, que até há pouco tempo era central, hoje se tornou apenas mais um amuleto para amealhar renda. A sagacidade de empresários religiosos que querem se fazer conhecidos como ministros de Deus e a sanha de gente calhorda em busca de notoriedade alcançam níveis alarmantes em nossa história recente. O conchavo, o jeitinho, o “quanto levo nessa”, se tornaram padrão nos bastidores eclesiais brasileiros. Por sua vez, há também aqueles que, alijados da notoriedade ocupada no passado, passam-se por únicos e exclusivos profeta e pregoeiros do Evangelho genuíno, gerando, com isso, um sem-número de seguidores áulicos e faltosos de capacidade de discernimento, que se alimenta de sua bile despejada Brasil afora. Há também aqueles que crêem e pregam que Deus é uma espécie de Carolina da música de Chico Buarque: o tempo passou e só Deus não viu, não agiu, não intercedeu, não exerceu Sua soberania. Como um bobalhão, ficou sentado à beira do caminho lamentando Sua impotência perante este mundo mau.

Enfim, o que há é uma sequidão. Os relacionamentos pessoais estão secos, quebradiços. O caráter de muita gente não suporta ser moldado, pois pode trincar. O relacionamento com Deus, então, resseca as vistas, a garganta, a pele. 

O profeta Ezequiel demonstra, em sua profecia (Ez 37.1-15), o que realmente somos: ossos secos em um vale (Ez 37.11). A visão de ossos remete à imagem da morte, desolação, abandono. Ossos também são parte da estrutura de um corpo. A igreja de hoje está bem estruturada, com seus inúmeros departamentos, autarquias e diretorias internas; falta-lhe, porém, o fôlego de vida, para que termine essa sequidão.

É hora de clamarmos a Deus, pedirmos perdão a Ele, nos arrependermos de nossos maus caminhos. Deixar de usar o rebanho como moeda de troca eleitoreira, ou como vitrine de nossa presunção. É hora de vivermos, novamente, a vida de refrigério que Deus nos dá (Sal 23.3a), sendo guiados por Ele, e não por nossa própria carnalidade. É hora de a igreja evangélica brasileira se converter ao Senhor, e fugir de sua perene sequidão. Que Deus tenha misericórdia de nós!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O vento da Misericórdia dissipará a tribulação.



Antônio Carlos Costa



"... Sede pacientes na tribulação...". Essa é a recomendação bíblica. Nas horas em que o cosmos parece se voltar contra nós, não podemos permitir que as circunstâncias adversas da vida nos roubem a paz. Qual a razão de ser dessa injunção, tão claramente ensinada em diversas passagens das Escrituras?

1. A tribulação é como uma tempestade. Vem e passa. Amigo, vai passar. Aguarde.

2. O amor de Deus também está presente nos vendavais que passam pela nossa vida. Quem disse que toda essa sorte de sofrimento é completa maldição: mal do qual não se pode tirar nenhum bem?

3. O que adianta nos rebelarmos contra o que Deus decretou? Como mudar o curso da providência? E, se nos fosse possível, seria sábio fazê-lo? Teria sido bom para José poder ter evitado a sua venda como escravo para o Egito? Valeria a pena, deixarmos de ser governados por um ser onisciente, todo-poderoso, santo e que tudo faz para a felicidade do seu povo e glória do seu nome?

Portanto, o que nos cabe fazer nas tribulações?

1. Orar. A oração arruma a vida mental, nos traz serenidade e faz-nos ver a vida pela perspectiva do otimismo-realista da fé.

2. Buscar a solidariedade humana. A simpatia de um irmão em Cristo, pode representar o sorriso de Deus para a nossa vida.

3. Evitar tomar decisão que vai afetar radicalmente o futuro da vida, sem que estejamos no melhor da nossa condição emocional e espiritual. Nessas horas sentimo-nos tentados a decidir, muitas vezes movidos pelo desejo inconsciente de fugir da fonte de sofrimento.

4. Fugir de toda autocomiseração. Falo sobre, ficar com pena de si mesmo. Quem sabe, até ao ponto de buscar consolo no pecado.

5. Aplicar a fé. A fé nunca age automaticamente. Tem que ser aplicada na nossa vida. O que vai representar sempre, a capacidade de aplicarmos o que sabemos ser verdadeiro às circunstâncias adversas da nossa dura, curta e incerta existência.

Essa é uma mensagem simples. Que estou pregando para mim mesmo, antes de tentar pregá-la para você. Essa semana está difícil. Sinto saudade de Deus. Vontade de parar tudo, ir para algum mato e ficar na presença do meu divino prazer.

A razão? Nada desesperador. Longe do que muitos irmãos de fibra estão passando, sem ceder um milímetro sequer ao mal. Sei que tudo poderia ser pior. Detesto o pecado da murmuração. Não tenho esse direito. Olho para o lado e sei que não posso chorar. Falo de agenda cheia, falta de recursos para o ministério, carência de gente disposta a trabalhar, noites mal dormidas, decisões difíceis de tomar, espanto em razão do meu contato diário com a estupidez humana, perplexidade face à futilidade de quase tudo que é feito debaixo do sol, dificuldade de regular o tempo, falta de respostas para problemas concretos, ingratidão humana, sofrimento de pessoas que me são próximas, crises crônicas de sinusite, luta contra o pecado, dificuldade de encontrar igrejas que encantem.

A lista de benção é muito mais extensa. É como sair da tenda com Abraão e tentar contar as estrelas. Mas, quem disse que a fé nos impede de sentir o calor da travessia, ter calo nos pés, ansiar por sombra, experimentar sede e desejar cruzar o Jordão para chegar em casa?

Um consolo para nós dois: percebo na experiência de muitos santos de Deus, bem como na minha própria vida, que períodos de grandes bençãos costumam ser antecedidos por grandes lutas e tentações. O que será que Deus está reservando para você e para mim?

Desde a minha infância, por causa da ligação com o mar, todos os dias fico atento ao vento. Aqui no Rio, quando sopra o sudoeste, todos sabemos que vem ressaca, frio e chuva. Quase que invariavelmente, acontece depois de alguns dias, de soprar um vento que vem de Niterói, o chamado vento-leste, que limpa o céu, traz o sol e aquieta o mar progressivamente. As noites, depois dos dias de sudoeste, são as mais belas e estreladas. O mar, bem mais azul. As montanhas, mais verdes. Pode-se ver ao longe, da Baía da Guanabara, a beleza da serra. Esses dias são os mais límpidos. A vida é de sudoestes e lestes.

Será que o vento leste da misericórdia, não está prestes a lançar para longe as nuvens grossas que o sudoeste da tribulação trouxe, a fim de que tenhamos a noite mais estrelada da história da nossa vida?

Somos crentes. Não vamos precisar matar a promessa. Deus proverá.

Três conselhos de Davi ao Rei Salomão


De pai para filho
Por João Cruzué

E, chegando os dias de sua morte, Davi chamou o Rei Salomão e deu-lhe alguns conselhos. Esta tomará três deles para nossa meditação. Esforça-te; sê homem; guarda e observa.

Esforça-te - esforço significa para mim: compromissos, planejamento e suor. Compromissos com Deus, consigo mesmo, com a família, com a Igreja e com a comunidade. Uma escada com cinco degraus, onde no mais alto deve estar o Senhor. Planejamento para não perder tempo e energias nadando contra maré, ou como diz a sabedoria popular: "dando murros em ponta de faca". Planejar significa pensar, pesar os recursos, meditar no contexto das coisas - mas principalmente ouvir bons conselhos.

Há Conselhos e conselhos. Em meu local de trabalho vez por outra surgia uma situação difícil. Então, procurava conversar com meus auxiliares, separadamente. Fato interessante é que um conselho depende muito da capacidade de discernimento de quem ouve. Uma característica determinante para pesar se ele é bom ou ruim pode ser encontrada em Mateus 05:9. Ali diz que os pacificadores serão chamados Filhos de Deus. Por causa disso, dava mais atenção à palavra de meu auxiliar mais jovem. O mais velho aconselhava "chutar o pau da barraca" e o mais novo recomendava continuar o diálogo, ter um pouco mais de paciência. Por isso, fui bem sucedido na solução daqueles problemas.

O conhecimento suficiente para colocar os planos em prática, não será perfeito se vier apenas de uma cabeça. É muito bom ouvir a esposa, os amigos das horas difíceis, os pais, irmãos mais equilibrados. É muito conhecida a história dos cegos apalpando o elefante. De acordo com o que apalpavam, cada um tinha uma visão diferente. As coisas futuras também são como "elefantes". As vezes conhecemos uma parte, e ao ouvir a visão de outros, podemos ter uma imagem do futuro, bem mais clara no presente. As chances de uma plano dar certo sem ouvir conselhos são as mesmas de sair com uma vela acesa ao vento. Um detalhe curioso é que quanto maior é o sucesso que alguém alcança, mais difícil será sua capacidade de querer ouvir conselhos. O Rei Davi era muito experiente na arte de se aconselhar. Sua humildade nisso, levou-o a ser o maior dos Reis de Israel.

Salomão, entretanto, parece que confiava na sua grande sabedoria, na fama e no sucesso de seus negócios. Se ele possuia conselheiros, creio que não os ouvia. É muito difícil conservar uma atitude humilde diante do sucesso.

Ouvir para planejar melhor, e esforçar sobre os melhores planos. É um suor que vai valer a pena.

O segundo conselho que Davi deu para Salomão foi: Sê Homem! Isso tem a ver com um espírito de coragem. Não guardo muitos versículos na mente, mas de II Timóteo 1:7 não me esqueço: "Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mais de fortaleza, e de amor, e de equilíbrio." De todos meus colegas de trabalho, no Hospital, não me esqueço do Ricardo Santos.
Qualquer que fosse a dificuldade do problema ele nunca dizia uma palavra desanimadora. Havia coisas impossíveis, mas nós nunca o víamos mostrar-se frouxo.

Alguém já disse com muito acerto que para conseguir as coisas impossíveis que estão no futuro, basta fazer o possível de cada dia.

Esforçar-se com coragem, amor e moderação.

E para concluir, o terceiro conselho de Davi para o Rei Salomão foi - Guarda no coração os mandamentos do Senhor e os pratique para que prosperes em tudo quanto fizeres, e onde quer que estiveres. Como o modo dos verbos estão no subjuntivo, neste conselho estava implicito o livre arbítrio de Salomão, ou seja, obedecer ou deixar de obedecer. Os três conselhos foram dados por um pai, homem experiente, ungido de Deus e fiel.

De nada adiantou a sabedoria de Salomão, pois não tinha ouvidos para ouvir.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quando escolhemos Barrabás

Por Clóvis Cabalau

Barrabás não era um bandido qualquer (Mt:27:16). Preso por se amotinar contra Roma e estar envolvido em um homicídio (Mc 15:1-13), ele detinha a admiração do povo - à época subjugado pelo Império Romano. Era uma espécie de herói, corajoso ao ponto de enfrentar o poderio do inimigo dos judeus. O povo se identificava com ele.
Do outro lado, estava Jesus. Corpo dilacerado, ensangüentado. O retrato da “fragilidade” humana ante a crueldade de seus algozes. Os dias de curas, milagres, sermões impactantes haviam se apagado da memória do povo ensandecido. Não, aquele não era o herói que eles queriam. As pessoas não se pareciam com Jesus. O povo se parecia com Barrabás.

Talvez inspirados no episódio bíblico, muitos falsos líderes e falsos profetas têm levado vantagem em nosso tempo. Eles têm facilidade de vender um “Jesus” diferente do Jesus da Bíblia. Oferecem Barrabás disfarçado de “Jesus” e muitos crêem. Um falso Je sus que não fala de arrependimento ou de mudança. Um “Jesus” que é parecido com o mundo: vaidoso, ganancioso, egoísta e acomodado em seu pecado.

O Jesus da coroa de espinhos, da cruz, da carne mortificada, do negar-se a si mesmo não é atrativo para a maioria. Mas, o “Jesus” da “prosperidade”, esse sim, é irrecusável. É esse o “Cristo” que muitos almejam, o gênio da lâmpada, sempre disponível para satisfazer desejos.

Queremos um Jesus que se pareça conosco em vez de alguém que precisemos mudar para se parecer com Ele.

Nos evangelhos, o povo escolheu a Barrabás porque se parecia mais com ele do que com Jesus. Muitas vezes, agimos da mesma forma, como imitadores daquelas pessoas. Escolhemos o preso pecador, que se parece conosco, ao invés de Jesus, que exige de nós uma mudança de vida.

Pense nisso.